quinta-feira, 27 de maio de 2010

Coisas de cinema

Tava a ver um filme, daqueles filmes que basta ver 5min e ja se sabe como acaba, do tipo :
Primeiro aparece o miudo novo
A passar despercebido e a ler BD
Depois aparece a miuda gira
E ele quer ser gente, nem sabe porqu
Tenta uma abordagem gaga pra lhe falar
E a loira boazona pasmada a olhar
Nao consegue entender o que o nerd quer contar
Depois entra o namorado
Um monte de caca musculado
Apologista do bullying escolar
Deixa o miudo-novo em soluços e ranho
Com dedos apontados, sem amanho
Depois de se ter queimado
Percebeu que o amor era fogo
E la se deixou estar, frustrado

O resto ja se conhece,
A 10 minutos do fim
A loiraça ve o puto, estremece
E dao um beijo no jardim

Fica sempre mal o bruta-montes ganhar
Ou um mafioso sair a roubar
Mas algures no meio
Ha sempre algum predio a estourar
E Se (nao) serve de consolaçao,
O que acontece nos filmes
So existe na televisao.

Agora, vou acbar de ver e confirmar a minha teoria. Isto faz Eu - 3 , Hollywood - 0

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tempo, tempo, tempooo

O algures anda por ai', e eu, sem acentos no teclado, fico a pasmacear enquanto o sol vai e vem a lua, enquanto se entra e sai da porta, e se dorme e se acorda. O mais 'infimo pormenor chama por mim e apela pra que nao o corrompa. Por mais que as vezes as coisas aspirem a mudar, fica sempre tudo exactamente igual, e eu ja nem sei o que quero, o que devo ou nao fazer, se mudo, se tento, se dou uma chance aos sonhos. E numa questao de segundos apercebo-me de que talvez isso se limita a acontecer nos desenhos animados, e as possibilidades desvanecem no nevoeiro, e volto a guarda-las na gaveta. Fica sempre, sempre , um resto de po' pra deixar a incognita. Vai mudar? Vai ser como quero? Vai?
Talvez. Como? Quando ? Onde?
Quando começo a racionalizar, estrago tudo, devo ter uma tara anti-sonharcomcoisasimpossiveis.
A verdade e' que pouco acontece , e eu pouco tenho para contar, por isso prefiro ouvir .
E' quando começa o ciclo: Ouvir, Fantasiar, Considerar, Racionalizar, Desvanecer, Negar.

Um dia ainda conto como foi a escalada, a viagem 'a boleia, o fim de tarde na California, O amanhecer nos Pirineus, a terra quente em Africa, alguma coisa do genero.
Ou naaaao,
Se continuar com isto, nunca mais acabo, porque o ciclo realmente da' cabo de mim. Sou tao frustrante que mete do.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Frustração Precoce

Chamem-lhe sonhos, taras, fetiches ou aspirações
E que não passem de ilusões
Eu vou sentar-me ali ao canto,
E revelar aos meus dias
Que o mundo lá fora
Não tem porte para utopias
Nem eu sumo de melancias
E um dia vou confessar
O que poderia ter sido
Se em vez de me sentar
Eu tivesse corrido
Enquanto havia tempo
Enquanto nada era perdido
E nada dado por vencido
E agora estou aqui
À espera duma metamorfose
Numa frustração precoce
De ânsias e possibilidades

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um "baaah" bastante sentido

Entre muitas das coisas que me incomodam, como o tempo de espera quando se liga para alguém, (devo ter alguma espécie de toquedeesperófobia) a que mais me atinge é a minha falta de sensibilidade quando mais preciso dela, e a minha exagerada fragilidade/sensibilidade quando é preciso dar dois murros na mesa. Não sei... o meu lado tough só desperta para dar dois abanões nos amigos, para ser anti-social e pra dar lições de moral às pessoas, como se eu realmente fosse gente. É certo que a minha breve passagem pelo mundo, vamos pôr a coisa assim, em nada interfere na rotação da terra, é certo que no fundo não sou mais que o já conhecido grão de areia na praia, e que embora os meus actos possam causar um efeito borboleta nos que me rodeiam, nunca vai parar o Mundo, é um facto. E é também um facto que eu posso viver conforme me der , ou deveria ser um facto, do ponto de vista em que a sociedade já me pôs em cativeiro...de qualquer forma nunca acreditei no pai natal, quanto mais em liberdade. Sou livre, sim, posso ter um blog e dizer o que me apetece, posso andar na escola, posso isto e posso aquilo, mas andamos a confundir muito o posso com o devo, e mesmo lá no fundo, eu não faço aquilo que quero, e não é porque a minha liberdade começa onde a tua acaba, é porque estou aprisionada a uma sequência infinita de coisas que é suposto eu fazer, mas que não me agradam fazer, não é a felicidade tão importante como a liberdade? Sou livre de opções, sim , posso escolher clubes, partidos, bandas, cores preferidas, mas acabo por mesmo inconscientemente ser inflouenciada, pelo que devo ou não devo fazer, pelo que é bonito ou feio de se fazer. Se eu quiser ser livre sem incomodar ninguém consigo ser feliz. Então e porque é que não sou ? Porque as coisas me sufocam até me comerem viva, porque as coisas não me deixam viver, eu acredito que o homem pode atingir a felicidade, e não é a fazer aquilo que quer, é a fazer o que o faz feliz. E no fundo, o homem não é feliz quando faz mal aos outros ou quando interfere com a liberdade dos outros, só precisa de se encontrar e ver o que importa ver.
I'm still dreaming about a perfect world, mais uma coisa que me incomoda.