quarta-feira, 30 de junho de 2010

Coisas da vida

Que as pessoas vão e vêm, já eu sabia, o que eu não sabia é que se podia chegar aqui um dia, cantar elvis com voz rouca e dizer umas coisas giras, beber e comer, familiarizar-se, deixar marca e depois ir embora, assim, a saber que tão cedo não vai haver contacto. E nem foto de grupo tiramos! Isto é mesmo uma merda.

Quando se fala nos primos e tios e trolhas e cães da França ou da Espanha, com aquelas matrículas amarelas e a falarem alto para toda a gente saber que são imigrante que vêm no Verão à festa da Terra é uma coisa. Isto foi completamente diferente. Não só eles vieram do outro lado do oceano, como conseguiram a proeza de me fazerem sentir saudades 3 dias depois. 1 dia depois, aliás. Porque na segunda-feira já a "blue suede shoes" não me saía da cabeça.

Estas coisas das pessoas aparecerem e desaparecerem faz-me uma tremenda confusão, eu nunca gostei de despedidas, mas o facto é que dizer adeus como se fosse um até já também dói quando sabemos que no fundo é um até ver (não me vês tão cedo) . Foi estranho o acordar no dia seguinte e perceber que o tempo passou mais depressa que um gelado, e custa quando me apercebo que a partir de agora vem o inferno. Vêm as bruxas, as vassouras, as sopas e os caldeirões, vai começar o freak show e eu não sei se me aguento encima da prancha, não sei mesmo, e se alguém me pudesse ajudar, eu não falava por meias palavras, e dizia que o meu problema talvez seja eu.

Seja como for, há que enfrentar a realidade, e estou de volta a ela.

Vagueando, até encontrar o que faz de mim eu, e virar as costas a essa menina.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Parede

Confiança não é o meu forte, o curioso é que mesmo não estando segura daquilo que vou fazer, faço, e volto a fazer se for preciso. As coisas estão estipuladas a acontecerem, eu sei previamente que vão acontecer, e só quando estão a acontecer é que percebo que me devia ter preparado para deixar acontecer. Honestamente não sei o que fazer, e falo por meias palavras, como sempre, porque sei que não vale a pena falar pelas palavras inteiras, porque não vou obter respostas. Não tenho problemas, não são problemas que precisam de ser resolvidos, são situações para as quais tenho de estar preparada para quando acontecerem e não espero que ninguém o faça por mim, mas não me apetece mesmo nada fazê-lo, depois corre mal, obviamente. Previsivelmente. Não há remédio, não há cura, faz parte. A diferença agora é que me vou arrepender, não tenho por hábito arrepender-me, mas agora é diferente, e eu tenho medo.