quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

hipoteticamente falando

O amor é bem capaz de ser um meio de evasão que serve como desculpa para alguém se poder ridicularizar de quando em vez. Vi num filme que o amor não passa de uma "invenção capitalista feita por floristas gananciosos". São tantas as metáforas, tantas as comparações, tantos o "amor não se explica" que às vezes me ocorre que o amor é capaz de nem existir, ou é alta a probabilidade de ser mesmo uma invenção - e coisas dessas inventadas, nem sempre são fiáveis. Li que é errado pensar-se que a felicidade se encontra essencialmente nas relações entre pessoas, que a felicidade, ou a sua busca (já que também tem a sua quota parte de ilusão) encontra-se em tudo aquilo que nos rodeia, que é vivo, em que se tem fé. E muito boa gente lá tem fé no amor e até se diz feliz. Mas ele é tão banalizado, tão dado adquirido que chega a cheirar mal. Acredito, talvez, no amor fraterno, no apoio único e incondicional de um pai e uma mãe, os únicos que ainda me fazem acreditar que vai mesmo ficar tudo bem. De resto, são eles que moldam o meu valor, e apesar de não negar a minha descrença, aceito o facto de um dia o amor poder vir a acontecer comigo, só que o meu 'amor' pela vida e tudo o que isso implica vai ser sempre maior. Vai ser sempre maior a vontade de ser fiel, antes de tudo, a mim, e quem sabe um dia recolha ao meu canto, calejada, e seja feliz com o que conquistei.