sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Tudo isto é perigoso
Nunca tive problemas, já tive coisas, aspirações a entraves, situações desagradáveis, espinhos incómodos, depois há os dilemas, e não são poucos, mas tudo isto junto não chega a ser problema, porque no fim o nó se desfaz, nada é permanente. Só que agora, uma vez que não se brinca, uma vez que não é chocolate ou morango, grande ou pequeno, calças ou vestido, estou um tanto ao quanto engasgada. Isto é o grande cruzamento. Vale que ainda não tenho de encontrar o meu lugar e o meu fado é rascunho em constante remodelação, coisa que me dá certa margem de manobra, porque a estrada é infinitamente rica em alternativas de rota. Such is life
sexta-feira, 3 de junho de 2011
semi espetacular
Sem tentar provar
Que padeço de alguma espécie
de mal singular
Ou que sou mais gente
se me estiver a lixar
É que este só estar
Este cómodo e não mais suportável estar
me consome e já não só enfada
Como me desliga de manhã
E, por isso, me encontro embalsamada
Culpa dos dias não será
Antes da minha fragilizada
capacidade para ficar exaltada
e me impôr, assim, do nada
E agora, isto vai acabar
porque o meu horizonte
vai mudar,
ó se vai.
desinocas
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Teoria da Conspiração
Há um problema com as coisas: coisas não desaparecem. Não são coisas com vida própria. Quando as coisas têm vida própria deixam de ser coisas. Comida é coisa. Mas coisas não importam, até porque desapareceu o almoço de alguém. E alguém tem vida própria, alguém come, alguém mexe. Comida não mexe, comida não foge, não se come uma à outra. . Desaparece o almoço da que vai trabalhar, culpa-se o insaciável esfomeado que chegou do trabalho, mas nunca ninguém se acusa, não há provas e ninguém sofreu uma indegestão. Vá lá, podes admitir que foste tu. Mas não fui eu, aposto que foi ela, estava a rir-se. Não, não fui! Então só podes ter sido tu! Nunca faria isso, sabia que era o almoço dela! Então foi ela :O Ah sim? Então e porque haveria ela de comer o próprio almoço e nos acordar às 6h da manhã dobrada em insultos porque não ia ter almoço? Claro que não, que estupidez. Pode ter sido o cão. Mas o cão está preso. (...) Procura-se almoço de uma pobre operária. Passam-se semanas, e nem vestígios. Se ao menos tivesses feito uma costoleta, teriam aparecido ossos. Facto é que são estas mesquinhices, estas aspirações a acontecimentos que nos ficam na memória a longo prazo. Porque quando a comida tem ossos, e nós não temos cão, eles estão algures.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Rescaldo
Longa espera = mente bloqueada
Ruído, baton,
Carros na estrada
Paz quebrada
Aqui só se vai em linha recta
Só se comem bolachas de dieta
Nuvens cinzentas: Prevê-se Abril
Em todo lado consumismo febril
Em bandos e manadas
Gentes dissipadas
Portas a fechar e a abrir
Encostei-me para não cair
Aqui tudo deixa a desejar
quinta-feira, 17 de março de 2011
Nas palavras do eddie ..
Such is the way of the world
You can never know
Just where to put all your faith
And how will it grow
Gonna RISE up
Burning black holes in dark memories
Gonna rise up
Turning mistakes into gold
Such is the passage of time
Too fast to fold
And suddenly swallowed by signs
Low and behold
Gonna rise up
Find my direction magnetically
Gonna rise up
Throw down my ace in the hole
Eddie Vedder
RISE (Into the Wild)
Sem tirar nem pôr.
terça-feira, 8 de março de 2011
Eu tenho O PODER
Está tudo ao contrário,
Não é assim, já devia ter visto
Vamos rever o itinerário:
Se tivesse ouvido o Bowie
Estava agora em Marte ?
Isto tá tudo mal
Façam-me aqui restart
Desligar e ligar
Sair e entrar
Voltar ao início, recomeçar
Desta vez, eu sou tu
Sou mais bonita e sensual
Mas, porra, tu és egoísta
E tens uma hérnia discal
Quero antes ser camionista
Ou uma cantora sentimental
Uma tosta mista,
O Pai Natal ?
Mas Mim sou assim
E meu génio, inóspito
Feito de couro e pó de pinheiro
Não quer outra fachada
E vai manter a morada
Cessem o astronauta e o trolha Arménio
Cesse tudo o que os rockstars cantam
Que Mim e o meu génio
Agora se alevantam.
(des)Inês
Março de 2011
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
hipoteticamente falando
sábado, 22 de janeiro de 2011
Outra vez não
domingo, 9 de janeiro de 2011
(in)diferença
Enquanto isso,
A vida vai mudando
Dois passos à minha frente
A levar a minha gente
E a trilhar o meu caos
Não sei os porquês
Mas estou bem com a mudez
Do mundo em bruto,
Pleno absoluto
Sei que demasiada impotência
Com tão pouca resignação
É um insulto à inteligência
De quem luta pela explicação
Mas sei também
Que às vezes chove no Verão
Que se chora, sem razão
E que ninguém
Passou por mim em vão