sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Momentânea e assustadoramente :

Há devaneios
Inconscientemente passageiros,
Mas Quando tudo parece possível
A berma da estrada
Não constitui uma alternativa

Recusam-se lágrimas,
Perdem-se motivos,
Abandonam-se paixões,
E brotam ilusões

O fatalismo dum caminho sem saída..
O fim certo,
Devolvem a razão ..!
Trazem de volta as lágrimas,
Eternamente Quentes,
A fechar o coração.

Choram as letras,
Mas nem tudo terá sido em vão.



Rodela de Limão 2010

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Coisas da vida

Que as pessoas vão e vêm, já eu sabia, o que eu não sabia é que se podia chegar aqui um dia, cantar elvis com voz rouca e dizer umas coisas giras, beber e comer, familiarizar-se, deixar marca e depois ir embora, assim, a saber que tão cedo não vai haver contacto. E nem foto de grupo tiramos! Isto é mesmo uma merda.

Quando se fala nos primos e tios e trolhas e cães da França ou da Espanha, com aquelas matrículas amarelas e a falarem alto para toda a gente saber que são imigrante que vêm no Verão à festa da Terra é uma coisa. Isto foi completamente diferente. Não só eles vieram do outro lado do oceano, como conseguiram a proeza de me fazerem sentir saudades 3 dias depois. 1 dia depois, aliás. Porque na segunda-feira já a "blue suede shoes" não me saía da cabeça.

Estas coisas das pessoas aparecerem e desaparecerem faz-me uma tremenda confusão, eu nunca gostei de despedidas, mas o facto é que dizer adeus como se fosse um até já também dói quando sabemos que no fundo é um até ver (não me vês tão cedo) . Foi estranho o acordar no dia seguinte e perceber que o tempo passou mais depressa que um gelado, e custa quando me apercebo que a partir de agora vem o inferno. Vêm as bruxas, as vassouras, as sopas e os caldeirões, vai começar o freak show e eu não sei se me aguento encima da prancha, não sei mesmo, e se alguém me pudesse ajudar, eu não falava por meias palavras, e dizia que o meu problema talvez seja eu.

Seja como for, há que enfrentar a realidade, e estou de volta a ela.

Vagueando, até encontrar o que faz de mim eu, e virar as costas a essa menina.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Parede

Confiança não é o meu forte, o curioso é que mesmo não estando segura daquilo que vou fazer, faço, e volto a fazer se for preciso. As coisas estão estipuladas a acontecerem, eu sei previamente que vão acontecer, e só quando estão a acontecer é que percebo que me devia ter preparado para deixar acontecer. Honestamente não sei o que fazer, e falo por meias palavras, como sempre, porque sei que não vale a pena falar pelas palavras inteiras, porque não vou obter respostas. Não tenho problemas, não são problemas que precisam de ser resolvidos, são situações para as quais tenho de estar preparada para quando acontecerem e não espero que ninguém o faça por mim, mas não me apetece mesmo nada fazê-lo, depois corre mal, obviamente. Previsivelmente. Não há remédio, não há cura, faz parte. A diferença agora é que me vou arrepender, não tenho por hábito arrepender-me, mas agora é diferente, e eu tenho medo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Coisas de cinema

Tava a ver um filme, daqueles filmes que basta ver 5min e ja se sabe como acaba, do tipo :
Primeiro aparece o miudo novo
A passar despercebido e a ler BD
Depois aparece a miuda gira
E ele quer ser gente, nem sabe porqu
Tenta uma abordagem gaga pra lhe falar
E a loira boazona pasmada a olhar
Nao consegue entender o que o nerd quer contar
Depois entra o namorado
Um monte de caca musculado
Apologista do bullying escolar
Deixa o miudo-novo em soluços e ranho
Com dedos apontados, sem amanho
Depois de se ter queimado
Percebeu que o amor era fogo
E la se deixou estar, frustrado

O resto ja se conhece,
A 10 minutos do fim
A loiraça ve o puto, estremece
E dao um beijo no jardim

Fica sempre mal o bruta-montes ganhar
Ou um mafioso sair a roubar
Mas algures no meio
Ha sempre algum predio a estourar
E Se (nao) serve de consolaçao,
O que acontece nos filmes
So existe na televisao.

Agora, vou acbar de ver e confirmar a minha teoria. Isto faz Eu - 3 , Hollywood - 0

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tempo, tempo, tempooo

O algures anda por ai', e eu, sem acentos no teclado, fico a pasmacear enquanto o sol vai e vem a lua, enquanto se entra e sai da porta, e se dorme e se acorda. O mais 'infimo pormenor chama por mim e apela pra que nao o corrompa. Por mais que as vezes as coisas aspirem a mudar, fica sempre tudo exactamente igual, e eu ja nem sei o que quero, o que devo ou nao fazer, se mudo, se tento, se dou uma chance aos sonhos. E numa questao de segundos apercebo-me de que talvez isso se limita a acontecer nos desenhos animados, e as possibilidades desvanecem no nevoeiro, e volto a guarda-las na gaveta. Fica sempre, sempre , um resto de po' pra deixar a incognita. Vai mudar? Vai ser como quero? Vai?
Talvez. Como? Quando ? Onde?
Quando começo a racionalizar, estrago tudo, devo ter uma tara anti-sonharcomcoisasimpossiveis.
A verdade e' que pouco acontece , e eu pouco tenho para contar, por isso prefiro ouvir .
E' quando começa o ciclo: Ouvir, Fantasiar, Considerar, Racionalizar, Desvanecer, Negar.

Um dia ainda conto como foi a escalada, a viagem 'a boleia, o fim de tarde na California, O amanhecer nos Pirineus, a terra quente em Africa, alguma coisa do genero.
Ou naaaao,
Se continuar com isto, nunca mais acabo, porque o ciclo realmente da' cabo de mim. Sou tao frustrante que mete do.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Frustração Precoce

Chamem-lhe sonhos, taras, fetiches ou aspirações
E que não passem de ilusões
Eu vou sentar-me ali ao canto,
E revelar aos meus dias
Que o mundo lá fora
Não tem porte para utopias
Nem eu sumo de melancias
E um dia vou confessar
O que poderia ter sido
Se em vez de me sentar
Eu tivesse corrido
Enquanto havia tempo
Enquanto nada era perdido
E nada dado por vencido
E agora estou aqui
À espera duma metamorfose
Numa frustração precoce
De ânsias e possibilidades

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Um "baaah" bastante sentido

Entre muitas das coisas que me incomodam, como o tempo de espera quando se liga para alguém, (devo ter alguma espécie de toquedeesperófobia) a que mais me atinge é a minha falta de sensibilidade quando mais preciso dela, e a minha exagerada fragilidade/sensibilidade quando é preciso dar dois murros na mesa. Não sei... o meu lado tough só desperta para dar dois abanões nos amigos, para ser anti-social e pra dar lições de moral às pessoas, como se eu realmente fosse gente. É certo que a minha breve passagem pelo mundo, vamos pôr a coisa assim, em nada interfere na rotação da terra, é certo que no fundo não sou mais que o já conhecido grão de areia na praia, e que embora os meus actos possam causar um efeito borboleta nos que me rodeiam, nunca vai parar o Mundo, é um facto. E é também um facto que eu posso viver conforme me der , ou deveria ser um facto, do ponto de vista em que a sociedade já me pôs em cativeiro...de qualquer forma nunca acreditei no pai natal, quanto mais em liberdade. Sou livre, sim, posso ter um blog e dizer o que me apetece, posso andar na escola, posso isto e posso aquilo, mas andamos a confundir muito o posso com o devo, e mesmo lá no fundo, eu não faço aquilo que quero, e não é porque a minha liberdade começa onde a tua acaba, é porque estou aprisionada a uma sequência infinita de coisas que é suposto eu fazer, mas que não me agradam fazer, não é a felicidade tão importante como a liberdade? Sou livre de opções, sim , posso escolher clubes, partidos, bandas, cores preferidas, mas acabo por mesmo inconscientemente ser inflouenciada, pelo que devo ou não devo fazer, pelo que é bonito ou feio de se fazer. Se eu quiser ser livre sem incomodar ninguém consigo ser feliz. Então e porque é que não sou ? Porque as coisas me sufocam até me comerem viva, porque as coisas não me deixam viver, eu acredito que o homem pode atingir a felicidade, e não é a fazer aquilo que quer, é a fazer o que o faz feliz. E no fundo, o homem não é feliz quando faz mal aos outros ou quando interfere com a liberdade dos outros, só precisa de se encontrar e ver o que importa ver.
I'm still dreaming about a perfect world, mais uma coisa que me incomoda.