quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ficaram coisas por dizer, coisas por não dizer.. Mas tu sabes, não sabes? Sabes, pois. Se acreditaste eu também acredito, porque acredito naquela tua paz, naquelas tuas palavras, nas bolachas da tua lata, no barulhinho singular do teu rir, na tua família: Deixaste-me o maior legado de todos.
Ainda não me habituei ao teu não-estar, já muita água correu debaixo da ponte e entre as minhas pestanas, e mesmo assim faltas-me, levaste um bocadinho de mim, e eu fiquei com aquele vazio que até então só tinha ouvido falar nas novelas e julgava uma farsa como tudo o resto. Estava enganada.
Gostava que estivesses por perto, a preocupar-te com a hora da missa e com a comida sem sal, ali, na tua casa onde comíamos as castanhas , o bolo-rei e tudo o resto. Estamos todos crescidos, e ainda ninguém aprendeu a não ter-te.. acho que nunca vão aprender.
Há dias em que não estares por perto faz toda a diferença e cresce o fenómeno da união por estas bandas, é uma coisa boa, como se estivessemos todos do mesmo lado do jogo a , mas tu não estás lá, e então descobrimos o consolo no apoio mútuo e incondicional dos que ficaram e em quem mal tínhamos reparado. Temos saudades tuas,

Não te peço que voltes, antes que nunca vás.

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